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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

De Noite Na Cama


Naquela noite ele a desejou como nunca antes havia feito. Tomado por um instinto quase animalesco, levantou da cama num salto, sentindo algo fora do comum. Era mais que desejo, mais que fome. Saiu do quarto e percorreu o corredor escuro sabendo que ela poderia não mais estar lá como de costume. Ainda assim valeria a pena uma tentativa de saciar suas vontades noturnas, por tanto tempo reprimidas.


Ao parar na entrada daquele cômodo mal iluminado, pôde sentir seu coração bater mais acelerado e sua respiração entrar num ritmo descompassado, e quem lá pudesse estar, notaria nos seus olhos um brilho diferente. Tinha um olhar de bicho e a certeza de que nada daria errado.

Mesmo no escuro, ele a viu descansando próximo à janela. De tão inerte, parecia morta. Então ele se aproximou sorrateiro e com pouco esforço a pegou pelas mãos suadas. Com cuidado a levou para o quarto e enquanto voltava pelo corredor, sentiu aquele cheiro que há muito tempo o seduzia e que fazia seus hormônios transbordarem dentro de si.

Já de volta ao quarto, pode notar sua beleza mais claramente à luz do abajur. Ela vestia amarelo e alguns detalhes pretos compunham o figurino. Algo tão sob medida que quase se fundia à pele, realçando um corpo magro e desprovido de curvas. Tão ingênua, mal sabia o que a aguardava.

Tudo aconteceria ali mesmo, de portas fechadas para que ninguém pudesse ver. Na manhã seguinte caso notassem algo em seu comportamento, fingiria não saber, mudaria de assunto e falaria sobre o tempo, talvez. Então ele a despiu devagar, rasgando em partes pequenas sua frágil vestimenta. Sua pele, aos poucos revelada, mostrou-se branca feito a lua e de uma textura única, da qual ele nunca antes tivera a oportunidade de tocar, acariciar ou simplesmente, olhar.

Sem mais demora, após despi-la e sentir aquela pele branca em seu domínio, a segurou com convincente determinação e consumou sua primeira mordida. Em três atos ele terminou o feito e depois de limpar os lábios com o lençol da cama, sentiu-se satisfeito em comer a banana, vítima do seu primeiro assalto noturno à cozinha.

Um comentário:

  1. AHHHHHHHHH Meu Deus, tão lindo o texto pra chegar no final tomar um susto... Bem Imprevisível. Curti ^.^

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